
Em um julgamento marcado por intensa comoção no fórum de Porto União, os réus Niumar Schmitz, de 42 anos, e Jean Carlos de Souza, de 27, foram condenados pelo assassinato do trabalhador Everson Moreira, conhecido como Sagui. O crime, que ocorreu em março de 2024, teve grande repercussão no Vale do Iguaçu. O terceiro réu, Remi de Lima, de 32 anos, foi absolvido de todas as acusações.
O júri popular teve início às 9h da quinta-feira (10) e se estendeu por 21 horas ao longo de dois dias, sendo encerrado às 17h da sexta-feira (11), com a sentença proferida pela juíza Letícia Bodanese Rodegheri Marafon. Durante o julgamento, foram ouvidas testemunhas, peritos e os próprios réus, que apresentaram suas versões dos fatos.
Niumar Schmitz foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão em regime fechado. Segundo a denúncia, ele foi o mandante do crime. Revoltado com a absolvição de seu irmão, acusado de estupro, Niumar teria decidido fazer justiça com as próprias mãos. Comprou a arma com Jean Carlos de Souza e, sem coragem de cometer o homicídio, pediu que Jean o fizesse.
Jean Carlos de Souza recebeu pena de 24 anos e 8 meses de prisão, também em regime fechado. De acordo com a investigação, ele era um dos principais líderes de uma facção criminosa com atuação no bairro Limeira, e foi responsável por vender a arma e planejar a execução.
Remi de Lima, acusado de ser o braço direito de Jean e de ter articulado a ação criminosa, foi absolvido após a apresentação de provas pela defesa que demonstraram sua não participação no crime. Seu depoimento foi prestado de local não divulgado e sustentado por elementos que convenceram os jurados.
Durante o julgamento, foram reveladas conversas de texto e áudios que reforçaram a ligação entre os envolvidos e a organização criminosa. A investigação, que durou mais de um mês, foi considerada complexa pelas autoridades.
Antes do julgamento de Niumar, Jean e Remi, outros dois homens já haviam sido condenados em novembro de 2024: Levi de Oliveira, sentenciado a 20 anos e 10 meses, e Gabriel de Brito Miranda, a 18 anos e 10 meses de prisão.
Everson Moreira, a vítima, era um trabalhador conhecido na cidade. Foi morto por engano enquanto aguardava o transporte coletivo às 6h30 da manhã.
Com as novas sentenças, quatro dos cinco envolvidos no crime foram condenados, somando juntos quase 75 anos de prisão. Apenas Remi de Lima foi absolvido.