
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou, em 26 de março, a Portaria nº 782, estabelecendo novas diretrizes para proteger a avicultura comercial contra a influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP). Santa Catarina segue livre da doença graças ao trabalho conjunto do setor produtivo e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), que mantém ações contínuas de educação sanitária.
Entre as principais medidas, está a manutenção da suspensão de eventos com aves e a proibição da criação ao ar livre sem tela superior em estabelecimentos registrados conforme a Instrução Normativa nº 56 do Mapa.
A portaria proíbe a realização de exposições, torneios, feiras e outros eventos que promovam a aglomeração de aves em todo o país, com exceção daqueles autorizados pelos Serviços Veterinários Estaduais. Em Santa Catarina, a regulamentação segue a Portaria nº 16, emitida pela Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária em 2023.
Além disso, criadouros comerciais, de ensino e pesquisa com mais de mil aves devem mantê-las em estrutura telada, incluindo a parte superior, para evitar contato com aves silvestres. Embora essa exigência não se aplique a criações de subsistência ou de pequena escala, a adoção da medida é recomendada para reforçar a biossegurança.
Biossegurança é essencial para o setor
A coordenadora estadual de sanidade avícola da Cidasc, Carolina Damo, enfatiza que a biossegurança é essencial para proteger a avicultura catarinense. “A adoção dessas medidas pode parecer rigorosa, mas um surto de influenza aviária teria impactos devastadores, como já ocorreu em outros países. Precisamos agir agora para garantir a segurança sanitária e a continuidade do setor produtivo”, alerta.
Santa Catarina está entre os maiores produtores e exportadores de carne de frango do Brasil, além de se destacar na produção de ovos. A atividade gera empregos e movimenta a economia estadual, podendo ser gravemente afetada por surtos da doença.
Produtores devem notificar suspeitas de IAAP
Para evitar a propagação da influenza aviária, é fundamental que produtores e empresas sigam as normas e notifiquem imediatamente a Cidasc em caso de suspeita. Os principais sintomas da doença em aves incluem:
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Falta de coordenação motora
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Prostração
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Hemorragia em crista e barbela
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Problemas respiratórios e secreção ocular
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Alta mortalidade em curto período
Casos suspeitos podem ser notificados pelo Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias (Sisbravet), disponível online. A colaboração de todos é essencial para manter a avicultura catarinense livre da influenza aviária.