Professora do Vale do Iguaçu é vencedora de prêmio nacional de literatura

A professora de língua portuguesa Luana Thaísa Portella foi novamente reconhecida no concurso Off FLIP de Literatura. No ano ado, a moradora do Vale do Iguaçu já havia sido destaque na categoria conto desta mesma premiação. Neste ano, Luana foi vencedora na categoria crônica com o texto “Tente explicar a alguém a arte da fome!”, além de ser destaque novamente na categoria conto, com o texto “O último grande evento”.

O prêmio OFF Flip de Literatura faz parte dos eventos da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), um dos principais festivais literários do Brasil. Os textos de Luana serão publicados em uma antologia que reúne todos os destaques do concurso.

Professora do Vale do Iguaçu é vencedora de prêmio nacional de literatura

Foto: arquivo pessoal

“Desde 2022, o Selo Off Flip tem publicado antologias incríveis, reunindo textos sobre temas diversos e em vários gêneros. Essas obras acabam ganhando vida em muitos espaços, não só na FLIP, em Paraty, mas também em feiras literárias pelo Brasil e até fora dele. Em 2013, por exemplo, a editora esteve na Feira de Frankfurt, quando o Brasil foi o país homenageado. E em 2023, 32 títulos do catálogo foram adquiridos pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos — um reconhecimento importante para quem acompanha esse trabalho de perto. O Prêmio Off Flip de Literatura, que chega aos 20 anos em 2025, é uma das ações do selo. Essa antologia já foi finalista do Prêmio Vivaleitura, entre milhares de projetos, e é muito respeitada no universo literário de língua portuguesa. Tenho um carinho enorme por esse prêmio. Todas as vezes em que participei, fui selecionada entre os dez finalistas. E agora, nesta edição comemorativa, tão especial e disputada, fui premiada — o que me deixou imensamente feliz. Além do prêmio em dinheiro, minha crônica foi transformada em plaquete e será distribuída durante a FLIP, em Paraty. Ver meu texto ganhar esse espaço, circular entre leitores, estar ali naquela atmosfera tão viva e literária é emocionante. Me sinto muito grata”, explica Luana.

Para escrever, Luana costuma se inspirar em seus autores favoritos: Gabriel García Márquez, Julio Cortázar, Juan Rulfo, Oswald de Andrade, Dalton Trevisan, Murilo Rubião e Franz Kafka. “Costumo entrelaçar o cotidiano com reflexões existenciais, explorando as impossibilidades da vida e a teatralidade do viver. Em “Capibaribe-Iguaçu”, por exemplo, abordo o esvaziamento da rotina à luz de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto; já em “Aquela que saiu um dia”, uso uma analogia com “Fita verde no cabelo”, de Guimarães Rosa, para tratar da descoberta da morte por uma criança. A crônica premiada parte de “Um artista da fome”, de Kafka, e reflete minha experiência como professora de literatura, entre o desencanto causado pela falta de interesse dos alunos e a persistência apaixonada de quem continua acreditando na força da palavra. Quanto aos contos – por exemplo “Das indisposições heraclitianas”, “Palhaçada”, “Do latim, miraculum” e “Guenta o relance, Izé” – exploram, de formas diversas e com tons de humor, crítica e lirismo, a condição humana e seus absurdos, Entre a banalização da morte, a força simbólica do afeto, a desvalorização da arte e a fé nos impossíveis, cada história revela, no encontro entre o fantástico e o cotidiano, uma forma de enxergar — e resistir — à realidade”.

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