Destilaria Doble W comemora 65 anos em festa com sabor de Steinhaeger
Zimbro, coentro, casca de limão, raiz de angélica e cominho. Esses são cinco ingredientes simples, mas que, quando unidos, formam a tradicional e amada receita de Steinhaeger da Doble W, destilaria que em 2025 completa 65 anos de existência. As celebrações de uma marca tão especial tiveram início na quinta-feira, 20, com uma festa nas instalações da fábrica.
Dietmar Rulf faz parte da terceira geração da família na istração da Doble W, empresa criada por Wenzel e Gunther Rulf, seu avô e seu pai, respectivamente. “Também tenho 65 anos e nesses 35, 40 anos [em que trabalho na Doble W], você se apega ao que você faz. Então, me apeguei. Toda indústria é um ser vivo também. Ele tem vida, que são os funcionários”, comenta.
O relembra o início da Doble W, onde usava-se carvão ativo e terracota para tirar a acidez do álcool, e balões para a destilação. “Eu ajudei a moer carvão para ar o álcool. Era bem artesanal”.
Quando iniciou seu caminho no negócio da família, recebeu do pai o conselho de que, se quisesse, poderia mexer no rótulo do produto, na industrialização, mas que não poderia, de forma alguma, alterar a base do Steinhaeger, que é a sua destilação. Dessa forma, o produto se mantém o mesmo durante todas as décadas, mas com a ajuda da modernização dos equipamentos para fabricação, envase e design da Doble W.
A mesma instrução foi ada para Fábio Rulf, filho de Dietmar, que ajuda o pai a istrar a empresa. Ambos deixaram sua marca, criando produtos com a intenção de elevar ainda mais o nome Doble W. “O Fábio, nessa quarta geração, ele lançou mais dois produtos, que é o Honig e o canela com pimenta (Feuer). Já o meu irmão, quando eu estava com o meu pai, nós lançamos um licor de ervas. Ele tem o anis como toque Doble W. Uma coisa bem interessante e que a gente preza muito, é que deixamos dinheiro aqui na cidade. Com o mel, já foram consumida oito toneladas e meia. Então você gera recursos para a cidade. E isso, essa geração de empregos, essa é a função da empresa. Claro, tem a sua margem, seu lucro, mas o principal objetivo são as pessoas, o ser humano, né? Para isso ela está lá”, relata Dietmar.
Fábio complementa, ressaltando a preocupação em utilizar produtos de qualidade em todas as linhas de produtos, incluindo as novidades. “No Honig o legal é que usamos o mel em si, não é aroma, não é adoçante. É o mel mesmo que a gente utiliza. Um processo de produção bem legal, bem difícil de fazer, artesanal, mas chegou num resultado fantástico. Também temos um Steinhaeger de canela com pimenta, que utiliza a canela, utiliza a pimenta calabresa no processo de infusões. Isso dá esse toque bem legal e artesanal para o produto”.
As inovações e lançamentos de novos produtos, segundo Fábio, visam agradar o consumidor, que está sempre em busca de novos sabores. “O Steinhaeger é a bebida mais famosa do nosso portfólio, mas nós temos uma grande variedade dentro de vodkas, bitters, licores, gin, aguardente… Então há uma infinidade de produtos que a gente vem trabalhando e cada vez tentando inovar mais. É uma constante mudança. O ramo de bebidas é gosto, a gente tem que seguir tendências, e a gente vem trabalhando para isso”.
História da Doble W
O alemão Wenzel Rulf chegou ao Brasil com intenção de se restabelecer após o período de guerra na Europa. Engenheiro, trabalhou na construção civil em São Paulo mas, após período de dificuldades, decidiu se juntar a familiares em Porto União. Dando continuidade às origens da Família Rulf, que produzia bebidas alcoólicas na Alemanha, Wenzel e Gunther fundaram a Doble W lançando, em 1960, seus primeiros produtos: bitter, aquavit, rum e genebra. O Steinhaeger só veio dois anos depois, mas desde então é o carro-chefe da empresa.
Atualmente com 28 funcionários, a Doble W não deixa de lado seu diferencial de produzir bebidas artesanais, em um ambiente familiar. A tecnologia vem apenas facilitar e melhorar o processo. E, para mostrar aos interessados o processo de fabricação do Steinhaeger, Fábio comenta que é possível agendar visitas às instalações da fábrica. “Pode agendar através dos nossos contatos: o telefone (42) 3522-4684, que é o contato direto aqui, ou o WhatsApp (42) 98425-0393, ou ainda pelo site https://www.doblew.com.br/. Agende tua visita e venha conhecer a empresa. Não precisa formar um grupo muito grande não, vem aí você, sua família. Será uma honra podermos atendê-los e vocês conhecerem esse processo, aprender um pouquinho mais de como tudo isso é feito”, convida Fábio.
Qual a melhor forma de beber o Steinhaeger?
Da família do gin, o Steinhaeger se diferencia por sua graduação alcoólica: enquanto o primeiro precisa de um teor alcoólico superior a 40º, o Steinhaeger pode ficar abaixo dessa marca. O produto fabricado pela Doble W, por exemplo, possui graduação de 38º.
Bom para drinks, o Steinhaeger Doble W encontrou um par perfeito: a caipirinha. “Eu falo para a turma de vendas, para todo mundo, que nós não vendemos Steinhaeger, nós vendemos caipirinha. Nós vendemos caipirinha porque é a maior parte do consumo. Ele se dá com morango, ele se dá com limão, com abacaxi. Então, é uma bebida versátil. Porque se você pegar um rum, não sei se ele vai ser tão versátil como o Steinhaeger”, aponta Dietmar.
Fábio concorda, e diz ser fã da combinação, mas também destaca o consumo puro. “Eu tomo muita caipirinha, mas se é para tomar puro, eu gostava muito do Honig, mas o de canela (Feuer) superou, eu gosto muito do purinho de canela. Mas para caipirinha o Steinhaeger tradicional, com aquele limão cravo que a gente tem, aquele limão caipira da região, não tem para bater”.
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